Sabe quando você conhece um lugar muito legal e sai de lá recomendando a todo mundo e planejando voltar com mais pessoas para conhecê-lo também? Foi exatamente isso que aconteceu conosco quando visitamos o Engenho Sanhaçu, em Chã Grande (Agreste de Pernambuco), a 85 km do Recife. Fomos lá pela primeira vez em abril, voltamos no início deste mês com outras pessoas, e aproveitamos para dar o pontapé inicial do nosso projeto.
Apreciador de cachaça e curioso no assunto, tinha interesse em conhecer o engenho desde que experimentei a variedade armazenada em barris de Umburana em um estande de produtos orgânicos montado no Recife Antigo durante a Copa 2014, e soube que o lugar era aberto à visitação. Pode ser que você se pergunte “e qual a graça em conhecer uma produção de cachaça?” e eu respondo: todas. Vou explicar o porquê.
COMO CHEGAR
É muito fácil chegar à Sanhaçu. Saindo do Recife, basta seguir pela BR-232, cruzar o túnel Cascavel e pegar o primeiro retorno, imediatamente após o posto da Polícia Rodoviária. Depois é só entrar na primeira via à direita, em frente ao hotel Highlander, percorrer uns 8 quilômetros até um posto de combustível e seguir a sinalização. (Clique aqui para ver o mapa).
O asfalto é bem conservado, sem buracos, mas as/os motoristas menos experientes precisam ficar atentas/os às curvas e subidas. Depois do estádio de futebol começa a estrada de barro, e também é bem tranquila. Nas duas vezes que fomos, estava chovendo bastante, mas o carro passou sem dificuldades.
O TOUR RURAL
Os visitantes são recebidos em uma casa muito simpática, com uma decoração bem pernambucana, e que apresenta todos os produtos Sanhaçu, expostos à venda. A visita guiada custa R$ 10 por pessoa e começa ali em frente, abaixo das árvores. O visitante conhece a horta orgânica e, em seguida, todo o processo de produção da cachaça, desde a moagem até a destilação e armazenamento, passando pela fermentação, que guarda um detalhe muito especial: acontece ao som de música clássica.
Outro detalhe é que o engenho é o primeiro do Brasil movido à energia solar.
Na sala de armazenamento – lotada de barris de carvalho, freijó e umburana – é possível conhecer também os prêmios já conquistados pelas bebidas. A Umburana foi eleita a 4ª melhor cachaça do Brasil e a Freijó a 45ª, no Ranking 2016 da Cúpula da Cachaça.
Descendo a escadaria de pneus reutilizados, chega-se a uma área de mata reflorestada pela família para proteger uma nascente. Sob as árvores, a temperatura é cerca de 4° C mais amena e outro detalhe é que com a cobertura vegetal outro olho d’água surgiu. Impressiona também comparar a paisagem atual com a sequência de fotos da mesma área, ainda degradada, em 1997, expostas ali.
A LOJA
O tour termina na loja, onde é possível degustar cachaças, licores, doces, geleias, gelatina de cachaça, mel de engenho, além de comprar souvenirs como taças, copinhos (xotes), canecas, camisas e muito mais. As variedades de cachaças são separadas por barris e por volumes, com garrafas que vão de 100 a 750ml, com preços que variam entre R$ 15 e R$ 115. Considerando meu gosto pela bebida, eu, particularmente, acho impossível sair de lá com as mãos vazias.
DETALHES
# O sítio tem apenas 2,5 hectares, é a prova de que é possível sim criar um grande negócio respeitando a natureza e com o mínimo de impacto ambiental.
# As frutas colhidas no sítio são usadas para fazer licores e também são vendidas na lojinha.
# É possível também fazer um tour pedagógico. O lugar recebe grupos de até 120 pessoas.
# Em breve será lançada a Sanhaçu Diamante, cachaça pura.
Um detalhe importantíssimo: quando você for lá, pode me chamar, que certamente eu vou de novo.
Horário de funcionamento: Segunda a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos e feriados, das 9h às 15h. Fecha na Sexta-feira Santa, no Dia das Mães e no Ano Novo.
Facebook: @sanhacu