Vale do Catimbau II – Como planejar as trilhas

aedit-dsc_0434

Já apresentarmos um pouco da viagem, da cidade de Buíque e da Vila do Catimbau no texto anterior (clique aqui), agora chegou a hora de falarmos sobre o principal: como planejar a viagem para o Parque Nacional do Catimbau.

Uma coisa é certa: não é tão fácil encontrar informações atualizadas na Internet sobre o lugar. Por isso, vamos contar um pouco da nossa experiência  e trazer detalhes e dicas importantes. Ah, e se ficar alguma dúvida, é só entrar em contato conosco pelos comentários, por e-mail (partiuinterior@gmail.com) ou em nossa página no Facebook (@partiuinterior). Será um prazer ajudar.

HOSPEDAGEM E REFEIÇÕES
Existem opções de hospedagem na cidade de Buíque e na Vila do Catimbau. Ficamos hospedados na pousada Santos, pois recebemos recomendações de leitores e de amigos de que ela seria a melhor da cidade. A pousada é bem simples e limpa, não tivemos nenhum problema. A diária custa R$ 110,00 (casal) e inclui café da manhã.

Se você vai passar o dia no Parque Nacional do Catimbau, saiba que não há restaurante na Vila. Você precisa encomendar o almoço pela manhã, antes do passeio, e marcar o horário para voltar e almoçar. Nós não almoçamos lá porque chegamos tarde (10h20), então fizemos um lanche em uma padaria ao lado da associação dos guias.

Jantamos na Pizzaria Tavares, na pracinha ao lado da rodoviária. Legal e baratinho.

aedit-dsc_0361

OS PASSEIOS
Ao chegar na Vila (para saber mais, clique aqui), procure a Associação dos Guias de Turismo do Catimbau (AGTURC). Lá será apresentado um catálogo com cerca de dez opções de trilhas, desde as mais leves até as que exigem um pouco mais, e você poderá fazer quantas quiser ou aguentar. O ideal é combinar com o guia uma maneira de aproveitar o máximo o dia, associando uma ou duas caminhadas curtas e uma longa em cada turno.

Você irá contratar o guia pela diária, que custa R$ 100, seja para passeio individual ou em grupo de até 10 pessoas. Geralmente o guia vai no seu carro, mas caso o veículo esteja lotado, você pode contratar um que tenha moto. Nosso guia foi o José Almeida (87-96637207), um senhor discreto, meio calado, mas que conhece muito bem a região e nos contou histórias engraçadas.

AS TRILHAS
De carro, passamos pelas pedras do Cachorro, do Cavalo Marinho e do Camelo, pela casa do artesão José Bezerra (tema do próximo post) e por paisagens bem características do Sertão até chegamos a nossa primeira trilha – a Umburana. São inúmeras pedras moldadas pelos ventos e com formatos que brincam com sua imaginação. Jacarés, dinossauros, tartarugas, bruxa, navio, lagarto, leão…

aedit-dsc_0263

A trilha é curta, mas tem subidas e descidas um pouco íngremes e exige atenção com as pedras. O esforço vale a pena, pois de lá você também vê parte de Arcoverde, do povoado de Cruzeiro do Nordeste, além do vale. A imensidão do semiárido surpreende e encanta.

aedit-dsc_0275

ared-dsc_0286

Depois fomos para a Pedra da Igrejinha, que ganha esse nome pelo formato de uma das pedras, que lembram a janela/porta de uma igreja. Com um carro mais alto, é possível chegar bem próximo do local. Lá é ideal para pegar uma sombra (e com o calor que faz lá isso vale muito a pena) e rende boas fotos.

dsc_0310edit

aeditdsc_0313

Na última parada do passeio, fizemos a trilha dos Homens sem Cabeça, que passa por um dos sítios arqueológicos do Vale, e depois a trilha do Chapadão. O caminho é longo, algumas subidas chatas, muito calor, mas o lugar é fantástico. Cada passo e cada parada para respirar é compensada lá em cima, quando você vê aqueles imensos braços de terra e pedras abraçarem o Sertão.

aedit-dsc_0347

São 300 metros de altura, mas sabe o que se escuta de lá? Os chocalhos de bodes e cabras que pastam por ali por perto. O som é belo e tranquiliza. Chamei de “Sinfonia Sertaneja”. Segundo o guia, os pastores deixam os animais ali por alguns dias se alimentando e depois voltam para buscá-los. Ir ao Vale do Catimbau é viajar por outros tempos.

aedit-dsc_0375

aedit-dsc_0399

Deixamos o Chapadão após um pôr do sol de encher a vista. Já à meia luz, o Sertão parece menos desafiador, menos hostil, mas igualmente encantador para nossos seis sentidos. Saímos do Vale do Catimbau com a certeza de que iremos voltar assim que for possível, talvez após um período de chuva (que tomara que venha logo), para vermos tudo aquilo tomado pelo verde.

 

ared-dsc_0459

Associação dos Guias de Turismo do Catimbau (AGTURC)
Site: agturccatimbau.blogspot.com.br
Contato: (87) 3816-3052
Pousada Santos: (87) 3855-1267

Saiba mais: 
Vale do Catimbau I – A viagem, a cidade e a vila 

José Bezerra e a arte bruta do Catimbau

Vale do Catimbau I – A viagem, a cidade e a vila

aedit-dsc_0193

Você já percebeu que uma das propostas do nosso blog é buscar destinos interessantes no interior, mas aqueles que não são muito conhecidos ou os que são pouco lembrados. Por isso, em quase todas as viagens que fizemos até agora, saímos de casa sem muita certeza se daria certo ou não. Às vezes o passeio não sai como planejado, e aí vem a frustração e a mudança rápida no roteiro, às vezes tudo acontece como previsto, então vem aquela satisfação pela (re)descoberta. Mas e quando o lugar surpreende? Aí a gente fica uns dias meio anestesiados, a dificuldade para selecionar as fotos é enorme, e logo vem a vontade de voltar lá assim que for possível.

Foi exatamente isso que aconteceu com nossa visita ao Vale do Catimbau, uma das 7 maravilhas de Pernambuco e ainda pouco conhecida. Saímos de casa cedinho na expectativa do que iríamos encontrar e, 235 quilômetros e algumas horas depois, demos de cara com um lugar lindo, imponente, moldado pelas forças da natureza.

img_20170204_082841

A VIAGEM
Criado em 2002, o Parque Nacional do Catimbau possui mais de 62 mil hectares de área e abrange três cidades: Buíque, Ibimirim e Tupanatinga. O acesso mais fácil é por Buíque, basta seguir pela BR-232 até Arcoverde e pegar a PE-270, em frente ao Posto BR. A estrada é boa, mas exige atenção, pois há trechos de subida com curvas acentuadas e outros com alguns buracos na faixa da esquerda.

Saímos do Recife às 5h20 e chegamos lá depois das 9h30 (com uma parada para lanche em Arcoverde), o que impossibilitou de fazermos as trilhas pela manhã. Então, para aproveitar bem, vale a pena chegar no dia anterior à noite, dormir em Buíque e no outro dia seguir para a Vila do Catimbau.

A CIDADE E A VILA
Se já é difícil encontrar informações na internet sobre o Vale do Catimbau, na cidade não é diferente. Praticamente não há sinalização indicando como chegar à vila, ou mesmo uma referência ao principal atrativo do município. Mas, sem estresse, siga pela PE-270 e, já se distanciando da área mais urbanizada, você avistará uma placa à direita indicando o Vale do Catimbau.

aedit-dsc_0217

A vila fica a cerca de 15 quilômetros e a estrada é de terra. Também falta sinalização, mas é fácil encontrar a Associação dos Guias de Turismo do Catimbau (AGTURC), basta perguntar a algum morador. Foi o que fizemos, e com poucas palavras já deu pra sentir o que é o Sertão.

– Bom dia, senhor, onde fica a Associação dos Guias?
– Tem errada não, tá vendo aquela igrejinha? Só entrar ali e ir em frente.
– Obrigado!
– De jeito nenhum!

A Associação fica na pracinha, em frente à igreja e ao lado de uma padaria. É lá que você vai conhecer as opções de passeios e combinar como será o seu dia no Vale do Catimbau. Mas os detalhes disso tudo a gente conta no próximo post. Por enquanto, só um aperitivo. Até lá!

aedit-dsc_0314