Em nossa primeira viagem pelo Partiu Interior fora de Pernambuco, conhecemos um pouco do Brejo Paraibano, uma região que encanta e surpreende, onde Turismo Rural, Turismo de Aventura e Turismo Histórico e Cultural caminham lado a lado. Foram três dias intensos, percorrendo alguns dos principais atrativos dos municípios de Alagoa Grande e de Areia, e os detalhes dessas visitas você acompanha aqui, ao longo das próximas semanas.
PARA TODOS OS GOSTOS
O Brejo Paraibano reúne um casario antigo e preservado, cercado por belas paisagens naturais. Possui muitas e boas opções para quem gosta de cachaça, outras para quem curte conhecer engenhos, casas e histórias do século passado, também para quem prefere se aventurar em trilhas a pé ou de 4×4 e, claro, para quem quer simplesmente comer bem e descansar.
“Como vocês descobriram essas cidades? O que tem por lá?” Essas foram algumas das perguntas que mais ouvimos nos dias que antecederam nossa viagem. E não é para menos: se o próprio interior de Pernambuco ainda é pouco conhecido por boa parte dos pernambucanos, imagine duas pequenas cidades localizadas a mais de 100 quilômetros da capital paraibana? Pois bem, respondendo, nosso primeiro contato com Alagoa Grande e Areia foi a partir da publicação Roteiro Integrado da Civilização do Açúcar, elaborado pelo SEBRAE e lançado em 2009.
Como o material está perto de completar dez anos, foi preciso pesquisar e telefonar para engenhos, museus, hotéis afim de sabermos o que (ainda) tem por lá. Com nossa listinha de locais para visitar, partimos no dia 1º de maio.
EM ALAGOA GRANDE
Localizada na encosta da Serra da Borborema, Alagoa Grande fica distante 103 quilômetros de João Pessoa (PB) e possui um dos portais mais legais que já passamos até hoje: um pandeiro gigante, referência ao seu filho ilustre, o Jackson do Pandeiro.
A visita ao Espaço Cultural Jackson do Pandeiro é parada obrigatória. Lá você vai encontrar documentos, discos e objetos pessoais do chamado Rei do Ritmo. Um lugar sensacional para quem gosta de música popular.
É interessante visitar também o Museu Margarida Maria Alves, agricultora e líder sindical que foi assassinada dentro de casa em 1983 por lutar pelos diretos trabalhistas de agricultoras e agricultores. Conhecer este lugar é vivenciar a luta de uma mulher que inspira trabalhadoras do campo até hoje através da Marcha das Margaridas (Clique aqui para saber mais).
Ainda em Alagoa Grande, vale muito a pena visitar o Engenho Lagoa Verde, que produz a premiada cachaça Volúpia. Distante cerca de 2,5km da área urbana, o lugar é ideal para conhecer o processo de fabricação da bebida e ainda conta com um restaurante rural, o Banguê. Agendando também é possível fazer trilha (trekking) na mata serrana nativa preservada no engenho.
EM AREIA
No topo da Serra da Borborema, a 618 metros de altitude, está a simpática Areia. O conjunto arquitetônico da cidade é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2006, e cercado por belas vistas da serra.
Passear pelo centro da cidade já é, por si só, um atrativo, é como se você viajasse pelo tempo até o século XIX. Na área tombada, são aproximadamente 420 imóveis, entre os quais se destacam o Solar José Rufino – um casarão que contém uma das duas únicas senzalas urbanas do Brasil ainda preservadas – a casa do pintor Pedro Américo, o Museu regional de Areia e a Budega do Vavá, um ótimo lugar para comprar cachaça, doces, rapadura, mel de engenho e lembrancinhas.
Comida boa e Turismo Rural também não faltam. Vale a pena almoçar no Restaurante Vó Maria – comida regional, sem agrotóxicos a um preço justo – e jantar no sofisticado Bambu Brasil. A sobremesa fica por conta da Casa do Doce, um destino imperdível, cheio de sabores. Perto de lá, siga até o Engenho Triunfo para conhecer a produção de uma das cachaças mais vendidas da Paraíba e que leva o belo casario de Areia estampado no rótulo.
COMO CHEGAR
Do Recife até a cidade de Alagoa Grande existem duas opções, mas a que recomendamos é: ir pela BR-101 até João Pessoa e de lá pegar a BR-230 – a famosa Rodovia Transamazômica – até Juarez Távora e de lá seguir pela PB-79. As BRs são duplicadas e bem conservadas, e a rodovia estadual também não tem problemas, é segura e bem sinalizada. A subida da serra é íngreme e com curvas acentuadas, mas basta manter-se atento(a) e dentro do limite de velocidade.
A outra opção – apontada pelo Google como a mais rápida – é seguir pela BR-101 até Goiana e lá pegar a PE-75/BR-408 para Pedra de Fogo, Itabaiana e depois a BR-230 e PB-79. No entanto, não recomendamos este caminho. Voltamos por ele e, no lado pernambucano, passamos por muitos buracos (que obrigam você a parar ou pegar a contra-mão), trechos em reformas e curvas perigosas. Não compensam os minutinhos a menos.
CONTINUA
Todos os detalhes destes locais você conhecerá em nossas próximas postagens, pois é tanta coisa boa em Alagoa Grande e Areia que tornaria o texto interminável.
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