Visita ao Engenho Triunfo

Produtor de uma das cachaças paraibanas mais conhecidas e dona de um rótulo singular que homenageia a cidade de Areia, o Engenho Triunfo é um bom destino para quem aprecia a bebida. Fica pertinho da cidade, é bem fácil de chegar e, além de conhecer todo o processo de produção da caninha, o visitante ainda compra cachaças exclusivas, que só se encontra por lá.

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A Cachaça Triunfo foi criada em 1994 pelo casal Antônio Augusto e Maria Júlia. Foram várias tentativas e muito trabalho, até que a família chegou na receita ideal da bebida, que caiu no gosto do povo – a um preço bastante acessível. Hoje a Triunfo produz 250 mil garrafinhas (250 ml) por mês e gera cerca de 70 empregos diretos e 1000 indiretos, movimentando o turismo e a economia da região (saiba mais aqui).

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O engenho fica localizado na zona rural de Areia, próximo à Casa do Doce. Para chegar lá, basta seguir pela PB-079 e entrar à esquerda após o campus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A visita custa R$ 5 por pessoa, mas hóspedes do Hotel Fazenda Triunfo (foi o nosso caso) não pagam a entrada – lembre-se de pedir os tickets para a visita na recepção do hotel.

A visita é guiada e dura cerca de uma hora. Dependendo da época do ano você poderá ver todo o processo de produção, desde a moagem até o envazamento. Mas, caso você vá no período da entressafra, não se preocupe: você vai receber todas as explicações sobre os processos de produção da bebida. Vale lembrar que a partir do mês de setembro começa a colheita da cana, então, é uma boa época para visitar os engenhos do Brejo Paraibano.

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Além da cachaça pura (a branquinha), a Triunfo hoje produz outras quatro variedades: as armazenadas (por seis meses) em barris de umburana, carvalho e jequitibá rosa, e ainda a bidestilada, uma edição limitada, vendida em uma garrafa de porcelana preta e dourada.

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A Triunfo branquinha e a armazenada em barril de umburana podem ser encontradas no mercado, mas as armazenadas em Carvalho, em Jequitibá Rosa e a Bidestilada, você só encontra na lojinha do engenho. Lá são vendidas garrafas de vários estilos, tamanhos e cores, além de canecas, xotes e outras lembrancinhas. Lembre-se de levar dinheiro em espécie, pois o sinal da internet não é muito bom e a maquininha pode não funcionar.

 

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CACHAÇA TRIUNFO
Site: cachacatriunfo.com.br
No Facebook: https://www.facebook.com/cachacatriunfooficial/

Margarida Maria Alves: uma luta que não morre

Na noite do dia 12 de agosto de 1983, um tiro de espingarda calibre 12, disparado por um homem, tirou a vida da agricultora e líder sindical que pelos direitos dos trabalhadores rurais costumava dizer: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”. Margarida Maria Alves foi executada dentro da própria casa, em Alagoa Grande, Paraíba, na frente do filho e do marido.  O crime, a mando de usineiros, não calou a voz de Margarida. Sua história resiste, há exatos 34 anos, e sua luta não morre.

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Margarida Maria Alves lutava por direitos como jornada de trabalho de 8 horas, carteira assinada, 13º salário e férias. Durante seu mandato como presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade, mais de 600 ações e denúncias foram movidas pela organização (saiba mais aqui). Foi por essa luta que ela morreu, e é por ela que o Museu Casa de Margarida Maria Alves precisa ser visitado, divulgado e preservado pelo nosso povo.

 

Pouca coisa mudou na casa de nº 624, na rua Olinda, desde a noite do crime. A história que tentaram apagar reside nas paredes, seja em uma marca do rito, seja em frases da sindicalista, recortes de jornais da época e ao longo da história, além de homenagens, títulos e reconhecimentos póstumos de órgãos internacionais e instituições que lutam pelos Direitos Humanos. As discussões e as ideias que tentaram silenciar também resiste através do Centro de Estudos Maria da Penha do Nascimento Silva.

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Fundado em 2001, o museu também possui em seu acervo objetos pessoais, roupas e ferramentas de trabalho que pertenceram à Margarida. As fichas para controle dos cambiteiros e cortadores de cana são o retrato do quanto é difícil ter condições dignas de trabalho quando só o patrão tem voz.

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Boa parte das histórias são contadas por Alice Marques, que trabalha no museu há 12 anos. A entrada no museu é gratuita, e o espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h.

Estar no cenário do crime e conhecer os detalhes daquele 12 de agosto causam angústia, revolta e um aperto no peito difícil explicar. É um lugar triste.

Estar na casa onde Margarida viveu e conhecer os detalhes da sua história trazem orgulho, esperança e convicção de que a luta dos trabalhadores precisa continuar. É um lugar de resistência.

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O dia 12 de agosto é lembrado como o Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e Pela Reforma Agrária.