Ilha do Marajó: as praias, as fazendas e o Rio Paracauari (parte II)

Na Ilha do Marajó, as horas parecem passar mais devagar e os dias são mais longos. Sobra tempo para aproveitar as belezas naturais da ilha, como os furos do rio Paracaurari, as praias e as famosas fazendas de criação de búfalos.

DSC_0481editLugar de clima quente e úmido (muito úmido) a Ilha do Marajó faz um calor que chega a ser estranho até para os recifenses, acostumados com “o abafado”. Então, não esqueça de se hidratar durante os passeios e curta bastante, porque é um lugar simples e único.

 

 

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PRAIAS

Tiramos uma manhã e parte da tarde para aproveitar a praia da Barra Velha, que fica a cerca de 5 km do centro da cidade. Os mais dispostos podem fazer o percurso de bicicleta, os demais podem ir de táxi (R$ 70, ida e volta) ou moto-táxi (R$ 20, ida e volta), basta pedir o transporte ao pessoal da pousada e, no carro ou moto, já deixar agendado o horário da volta. Optamos por ir de moto-táxi, que depois nos levou para conhecer uma das principais cerâmicas de Soure por R$ 5 a mais.

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A praia de rio tem uma cor amarronzada, bem diferente do que estamos acostumados no Nordeste, mas é bem limpa e o banho é muito bom. Na maré baixa, é preciso ficar atento às arraias, na maré alta, muito cuidado com as correntes. Quem nos passou todas as dicas e os cuidados para aproveitar a praia foi seu Jorge, dono da barraca Salve Jorge. Vale a pena ficar por lá provando os petiscos e depois almoçar um peixe frito.

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Ah, um detalhe importante: fomos alertados na pousada de que é preciso ficar atento na chegada à praia, na área do mangue, pois há relatos de assaltos a turistas em dias e horários de pouco movimento.

A Praia do Pesqueiro tem mais opções de bares e é mais movimentada, mas infelizmente não tivemos tempo de conhecê-la.

FAZENDAS

Um dos atrativos mais conhecidos e mais vendidos da ilha, que inclusive nos influenciou bastante a procurar esse destino, são os passeios pelas fazendas. Não sei se devido à época do ano ou se esperávamos demais, mas o passeio que fizemos foi um pouco decepcionante.

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Nas duas principais fazendas você pode montar no búfalo, fazer caminhadas pelas propriedades e conhecer a fauna e a flora da ilha. No que fizemos, o “passeio” no búfalo é bastante rápido e curto, e a caminhada, de tão longa, ficou repetitiva e extremamente cansativa. Foram 4 km sob o sol e com poucas passagens pela vegetação nativa, tempo e distância suficientes para pensarmos, por exemplo, na domesticação dos búfalos e no uso dos animais para montaria. Vale a pena?

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Em época de chuva, parte da fazenda fica alagada e um trecho do roteiro é feito em canoas, o que deve ser muito legal. Outros pontos positivos são os lanches de comidas típicas, que são deliciosas, e as belas paisagens que você pode fotografar, com guarás, colhereiras e garças, além de – claro – os búfalos.

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PASSEIO DE BARCO PELO RIO PARACAUARI

Soubemos deste passeio através do pessoal da Pousada Canto do Francês, onde ficamos hospedados. Para quem quer conhecer melhor a relação dos marajoaras com o rio Paracauari, essa é uma ótima opção. O passeio custa R$ 90 por pessoa, mas se você conseguir juntar um grupo maior com pessoas legais (foi o nosso caso) , rola um bom desconto.

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Durante o passeio você vai ver um pouco do dia-a-dia às margens do rio: o transporte entre Soure e Salvaterra, os guris brincando, tomando banho ou treinando os cavalos na água para a grande Corrida de Marajó (que percorre boa parte das fazendas), o transporte de mercadorias e a pesca.

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A primeira parada é no cortume, onde são vendidas sandálias, bolsas, carteiras e outros produtos de couro de búfalo. Depois o barco segue para os furos e, na volta, começa a parte da aventura: mergulhar no rio com colete e boia e ser puxado pelo barco através de uma corda! Dica: segure bem na boia, sobretudo na hora de voltar para o barco.

É uma boa opção para quem quer compreender melhor o povo e o lugar. Rende boas fotos e boas histórias.

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CONFIRA AQUI : Cinco dias inesquecíveis na Ilha do Marajó (Parte I)

Cinco dias inesquecíveis na Ilha de Marajó – PA (parte I)

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A dança, a música e o artesanato da Ilha de Marajó. As artes e os sabores da Ilha de Marajó. Uma viagem pela cultura marajoara. Ilha de Marajó: é como voltar no tempo. Difícil de chegar, difícil de esquecer. Qualquer um desses títulos representaria bem o que foram os cinco dias em Soure, na Ilha do Marajó. Mas, neste primeiro texto de uma série de três, decidimos resumir um pouco de tudo em um só adjetivo: inesquecível.

Visitar a Ilha de Marajó é visitar um Brasil distante, que ficou guardado no tempo e, por isso mesmo, especial. Esqueça a ideia de ilha paradisíaca, com praias de águas mornas e cristalinas, dias de agitação e noites badaladas. Lá o que encanta e atrai são a simplicidade e a certeza de que você está em um lugar único. O lugar do carimbó, do lundu, dos búfalos que pastam pelas ruas de terra, da carne de búfalo e do queijo de marajó.

COMO CHEGAR

Você chega em Soure de navio ou de lancha rápida. O transporte de passageiros é feito diariamente, com embarque no terminal do galpão 9 da Estação das Docas, em Belém. As passagens custam entre R$ 35 (para o terminal de Salvaterra) e R$ 48 (direto para Soure). A lancha rápida sai a partir das 7h e a viagem dura cerca de 1h30, já de navio, a viagem é bem mais longa: 3h30.

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O percurso pela Baía do Marajó é de aproximadamente 80 km de muitas, muitas ondas. Assim, quem tiver problema com enjoo, não esqueça de tomar alguma medicação 30 minutos antes da viagem e evite se alimentar neste período. Entre os meses de setembro e novembro, os ventos são fortes e “a maré joga demais”, como dizem os moradores, que recomendam viajar pela manhã – quando os ventos estão menos fortes.

Ah, se for no domingo, você vai descer em Salvaterra e de lá pegar uma van/micro-ônibus para Soure. Foi o nosso caso. Viajamos com o Edgar, que foi super-atencioso e acertou tudo com a gente na noite do dia anterior à viagem (Edgar Turismo & Transporte: 91-99378-7711). As empresas que fazem o transporte fluvial são a Banav (www.banav.com.br) e a Arapari (91-3241-4977).

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COMO SE DESLOCAR NA CIDADE

Creio que nos cinco dias que estivemos lá, não vimos mais que 20 carros. O transporte é de táxi, sem taxímetro, custa entre R$ 20 (o mínimo, dentro da cidade) a R$ 90 (ida e volta, para a Praia do Pesqueiro, por exemplo), ou de moto-táxi. Outra opção muito boa é alugar uma bicicleta, que sai por R$ 2 a hora, em média, e dá para negociar a diária. Também dá para fazer muitos trechos caminhando, pois é muito fácil se localizar em Soure – as ruas e travessas são todas numeradas – e mesmo à noite, em que muitas ruas estão bem escuras, o risco de você ser assaltado é bem pequeno.

Sempre peça indicação de taxistas e moto-taxistas ao pessoal da pousada, e confirme se é realmente seguro ir caminhando ou de bicicleta para determinados locais.

ONDE COMER
Perto da pousada onde ficamos hospedados, a melhor opção para refeição é o Solar do Bola. O restaurante serve pratos típicos e pizzas de sabores tradicionais ou nem tanto, como camarão com jambu, por exemplo. O lugar é simples, o preço é justo.

Também vale a pena conhecer o Café de Soure, conhecido por lá também como “o crepe do francês”. Lá você encontra pratos bem legais com ingredientes locais a um preço muito bom. O lugar é aconhegante e, do lado de fora, dá para você observar um pouco da rotina da pequena cidade.

Para aliviar o calor: sorvete Ice Búfalo, que leva leite de búfala, doce de leite de búfala e queijo de marajó. Descobrimos este sorvete por acaso, quando paramos na Ilha Bela Pousada e Restaurante para tomar uma água e descansar do passeio de bicicleta, e, olhe: é muito bom!

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NOS PRÓXIMOS TEXTOS
As praias, as fazendas e o rio Paracuari (Parte II)
Artesanato, dança e música na Ilha do Marajó (Parte III)