Um passeio rápido em Taquaritinga do Norte-PE

A distância era grande e tempo era curto, mas conseguimos aproveitar muito bem a tarde do dia 30 de junho em Taquaritinga do Norte, cidade localizada no Agreste pernambucano, a 164 quilômetros da capital. Junto com a turma do Passeios Offroad Pernambuco, conhecemos a Rampa do Pepê, de onde se tem uma vista privilegiada de parte da região.

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Por alguns compromissos que quase me levaram a cancelar a viagem, só pudemos sair do Recife às 11h30. A viagem até Taquaritinga foi pela BR-232 (até Caruaru) e pela BR-104, e só não foi mais tranquila porque, pelo rádio, acompanhávamos o jogão entre França e Argentina, pelas oitavas de finais Copa do Mundo.

Encontramos o grupo na churrascaria Badabarreira (ou Bar da Barreira), onde a secretaria de Turismo de Taquaritinga recebeu a todos com faixa de boas-vindas e ofereceu uma feijoada. Aliás, merece destaque a parceria entre a secretaria e a diretoria do grupo de passeio, que organizaram uma programação muito boa para que aproveitássemos o máximo possível o pouco tempo na cidade. Infelizmente não pudemos ficar por lá até o outro dia, mas quem ficou pôde degustar café orgânico e curtir forró pé-de-serra.

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Rampa do Pepê
Do restaurante até o destino da programação da tarde, passamos rapidamente pelo centro de Taquaritinga do Norte, e deu para ver o quanto a cidade é limpa e organizada. A maior parte do caminho é calçada com pedras de granito, mas o trecho de terra estava bem complicado (pelo menos para mim, que não tenho experiência) e exigiu bastante atenção.

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No entanto, você esquece tudo isso quando você chega na rampa. Que vista! A estrutura antiga do “Bar e Lanchonete” e a arquibancada indicam que ali já foram realizados grandes eventos de voo livre – assim como os que aconteciam em Vicência nos anos 1990.

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Depois da rampa, uma parada para apreciar o pôr do sol e conversar com os colegas para, em seguida, conhecer a praça principal da cidade. Foi á que compramos café ecológico, feito lá mesmo em Taguaritinga. O café é tão cheiroso que só de sentir o aroma você lembra da cidade e tem vontade de voltar lá para conhecer melhor.

Rota dos Engenhos: as belezas de Jundiá

No sábado pela manhã, saímos de casa cedo com a intenção de revisitar quatro engenhos no município de Vicência, a cerca de 83 quilômetros do Recife, na Zona da Mata de Pernambuco. A ideia era apresentar os engenhos a dois amigos que nos acompanhavam nesta viagem, e voltar no final da tarde. Mas ficamos tão encantados com as belezas e as histórias do nosso primeiro destino, o Engenho Jundiá, que fomos ficando, ficando, ficando… a manhã toda.

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A propriedade surgiu no ano de 1750, e o engenho, em 1817. A capela de Nossa Senhora da Conceição é de 1905, e na década de 1930 foi parcialmente destruída por um raio e precisou ser reconstruída.

Considero o Engenho Jundiá um dos principais e um dos melhores destinos para o Turismo Rural na Mata Norte. O conjunto arquitetônico do século XIX é encantador, assim como a bela vista da serra, que você pode apreciar do alpendre da Casa Grande, sentada(o) em uma cadeira de balanço.

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Conhecer a Casa Grande, aliás, é conhecer um pouco da história de Pernambuco e, claro, da família Correia de Oliveira Andrade, a quem a propriedade pertence desde 1879.

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Minhas primeiras lembranças do engenho são de ainda criança, quando fomos eu, meus pais, meus irmãos e minha tia ver uma competição de Voo Livre. Voltei lá diversas vezes ao longo dos anos, sempre acompanhando meu pai, que vai lá a trabalho ou para visitar o proprietário. Então, voltar ao engenho num final de semana com meus pais e com os amigos é uma oportunidade de reviver essas histórias da infância e compartilhá-las.

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OPÇÕES
As/os visitantes têm duas opções para conhecer o Engenho Jundiá. Na Visitação (R$ 20), é possível conhecer a Casa Grande, a Casa de Purgar (original, de 1817) e tem um lanche regional de boas-vindas, servido próximo a um belo jardim. Tem também o Day use (R$ 60), que inclui essas atividades da visitação, mais caminhada ambiental, trilha até o Pico do Jundiá (onde fica a capela de Nossa Senhora da Conceição) e almoço.

Lembre-se de que é preciso agendar. Você pode fazer isso através dos telefones (81) 9.9982.6111 e (81) 9.9235.1312, ou pelo e-mail engenhojundia@hotmail.com.

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CURIOSIDADES
A casa de purgar preserva a arquitetura original, além dos equipamentos para a fabricação do açúcar.

Na entrada da propriedade existe um pé de Sapucaia (árvora nativa da Mata Atlântica) que tem entre 350 a 400 anos, de acordo com o proprietário do Engenho. Você vai notá-la também em algumas fotos antigas da famílias que fazem parte da decoração da Casa Grande.

Uma das imagens da capa do nosso blog foi feita lá da pista de vôo livre, no Pico do Jundiá (470m) , há pouco mais de um ano.

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MORAL DA HISTÓRIA
Tivemos uma pequena lição nesta visita ao Jundiá: não adianta tentar fazer Turismo Rural nas pressas. A gente nunca conseguiria conhecer bem os quatro engenhos em poucas horas. Então, o melhor é se planejar e curtir cada momento do passeio, sem pressa.

Só tivemos tempo de almoçar e ir para outro Engenho, o Água Doce, que você vai conhecer no nosso próximo post. Até lá!

Seja para descansar ou se divertir, um lugar para curtir a natureza

Um lugar bom para descansar e deixar a preguiça tomar conta, ou um lugar para curtir a natureza, se divertir e até voltar a ser criança? Reservamos um sábado de outubro para conhecer um lugar que oferece um pouco de cada opção: o Aparauá Ecoaventura (Engenho Massaranduba do Norte), em Goiana-PE. O Aparauá também é uma boa opção para ir com as crianças, fazer confraternizações e turismo pedagógico.

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PARA SE DESLIGAR DO MUNDO

O engenho possui várias redes para você se esticar, sob árvores ou às margens do açude, além de espreguiçadeiras e pufes. O lugar é bem tranquilo e ventilado, o que torna impossível não querer deitar e cochilar um pouco – até porque dependendo do movimento, você só vai ouvir a natureza.

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Se você quer mesmo descansar e se desligar do mundo, uma informação importante (e muito boa) é que lá celular não tem sinal. Ou seja, um dia sem checar, postar, atender, stalkear… celular só para tirar foto!

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PARA SE DIVERTIR

O Aparauá possui atividades simples, como banho de bica, passeio de barco, pesque e solte, trilhas a pé e de bicicleta. São três tipos de trilha: leve, média e pesada. Fizemos a leve (R$ 5 por pessoa), que é bem rápida, e optamos pelo trecho com subidas. Durante a caminhada, o guia falou sobre algumas árvores nativas e contou um pouco da história do engenho.

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O melhor foi poder relembrar um pouco da infância. Quando eu imaginaria poder voltar a descer num escorrego, tomar banho de bica e me pendurar num balanço de corda e madeira sob uma árvore?

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E a expectativa é que fique melhor, pois, conversando com os funcionários, soubemos que estão previstos outros atrativos ainda neste ano, como tirolesa, rapel e pedalinho.

LEVE DINHEIRO

Por não ter celular, internet ou telefone, o lugar não aceita cartão. Assim que você chega, recebe uma comanda numerada e paga tudo no final, em dinheiro. As entradas custam R$ 5 (crianças de 6 a 12 anos) e R$ 10, e algumas atividades são pagas, com preços que vão de R$ 3 (pescaria) a R$ 10. Também tem guarda-volumes (R$ 5) individuais para quem quiser alugar. O cardápio traz algumas opções de lanches (a partir de R$ 5), petiscos e almoço (a partir de R$ 50 e que servem duas pessoas).

Não esqueça de levar toalha, roupa de banho, calçados e calça para as trilhas, protetor solar e repelente. Além de máquina fotográfica, claro. Vale lembrar que, de segunda a sexta-feira, o Aparauá só abre para grupos fechados.

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COMO CHEGAR
O Aparauá fica na estrada de Pontas de Pedra (PE-49), depois de Tejucupapo e Carne de Vaca, mais precisamente no quilômetro 20. Para chegar lá, basta seguir pela BR-101 Norte e pegar a via à direita, seguindo a sinalização para a praia de Pontas de Pedra. A estrada é boa e bem sinalizada, mas por cortar um canavial, é preciso ficar atenta/o às queimadas, pois a fumaça pode invadir a pista e provocar acidentes.

É um lugar fácil de chegar, tranquilo e interessante. A gente pretende voltar com a família ou com os amigos.

SITE: www.aparaua.com.br 

Cada rótulo uma história: o Museu da Cachaça, em Lagoa do Carro-PE

Na pequena Lagoa do Carro, a 60 km do Recife, você pode passear pela história da cachaça, conhecer como ela é produzida e se impressionar com cerca de 7.500 rótulos expostos. É lá que fica o Museu da Cachaça, que visitamos no início de outubro.

O lugar foi fundado em 1998 pelo empresário José Moisés de Moura, que decidiu abrir sua coleção particular para visitação. Não tivemos oportunidade de conhecê-lo, mas fomos muito bem atendidos pela guia do local, que explicou detalhadamente cada espaço e contou a história do museu.

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O Museu da Cachaça é dividido em quatro ambientes. No primeiro, o visitante passeia pelas histórias de diversas cachaças e aguardentes de todo Brasil, divididas por temas, por localização geográfica. Um mapa de Pernambuco pintado na parede com exemplares já produzidos por aqui dá uma noção de quantos engenhos se perderam no tempo ou foram “engolidos” por grandes marcas.

Lá também se encontram exemplares raros, como uma garrafa da Monjopina – a 1ª aguardente industrializada do Brasil, produzida pelo Engenho Monjope (Igarassu-PE), em 1756 – e a Caninha Pelé, lançada na década de 70 em homenagem ao “Rei do Futebol”, mas que teve a produção encerrada por não ter a aprovação do jogador.

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A segunda e principal sala do museu é onde estão expostas cerca de 7.500 garrafas da coleção (hoje com mais de 13.800 exemplares). É possível passar horas viajando pelos nomes, histórias e ilustrações de tantos rótulos de cachaças e aguardentes, divididos por estados.  Lá também são encontrados destilados de várias partes do mundo.

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Neste ambiente, você vai perceber os efeitos do tempo e da umidade em algumas garrafas. São detalhes que podem incomodar um pouco, mas, na minha opinião, não diminuem a riqueza histórica deste lugar. É preciso compreender que o museu é mantido com recursos próprios e que cobra taxas de apenas R$ 4 e R$ 2 (meia-entrada).

Na área externa, há várias peças e reproduções de ambientes que rendem fotos divertidas. Na lojinha, você pode degustar, comprar aguardentes, cachaças artesanais e industrializadas, além de souvenirs.

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FÁCIL DE CHEGAR
É bem fácil encontrar o Museu da Cachaça. O percurso é bem sinalizado, aliás, com placas bem características.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
Diariamente, das 9h às 17h.

Estamos chegando!

carroNeste domingo (18) começamos esta nova viagem: partir pelo interior do Brasil para vivenciar e compartilhar o que tem de melhor no turismo rural, culinária e no artesanato. Equipados com caderninho, máquina fotográfica e música boa, vamos percorrer inicialmente as estradas do Nordeste, e depois partiremos para novas divisas.

Para começar, revisitamos um local que reúne algumas das nossas paixões – cachaça, respeito à natureza e turismo rural. Os detalhes desta viagem você acompanha no próximo post, pois antes gostaríamos de convidar você para passear pelo nosso blog e nas mídias sociais (estamos no Facebook e no Instagram).

Importante lembrar também que sugestões de destinos, roteiros são sempre muito bem-vindas, basta compartilhar com a gente sua experiência!

#PartiuInterior e boa viagem para você!