As primeiras impressões sobre o Parque Karawá Tã, em Gravatá

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(Atualização – 19/06/2019: O Parque Karawá Tã informou, nesta quarta-feira (19), que devido às chuvas a abertura foi adiada para o próximo dia 22.)

No último sábado, dia 15, conhecemos o Parque de Aventura Karawá Tã junto com jornalistas e comunicadores, a convite da assessoria de comunicação do empreendimento.  Vimos de perto parte da estrutura e dos equipamentos (que já havíamos antecipado aqui em abril deste ano), conhecemos parte da equipe e experimentamos uma das tirolesas – a com 300 metros de extensão. Saímos de casa na expectativa se o que encontraríamos seria muito diferente do que sabíamos, ficamos surpresos ao conhecer o parque e voltamos com a sensação de que ele tem tudo para dar muito, muito certo.

Vamos falar um pouco da visita e detalhar as nossas impressões nos tópicos: Funcionamento, Preços, Estrutura, Sustentabilidade, Tecnologia e Segurança. 

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FUNCIONAMENTO
Para aproveitar o público que visita o Agreste durante o período junino, o Karawá Tã abrirá na  próxima quinta-feira, dia 20, em regime de soft open, com apenas parte dos equipamentos em funcionamento, limite de público em até 400 pessoas por dia, e preços promocionais até a inauguração oficial, que está prevista para julho.

Durante este período estarão disponíveis para o público as tirolesas, as trilhas, o paredão de escaladas, o parque infantil com brinquedão de aventura, o orbitball e o aquaball (bolas transparentes em que a pessoa entra e rola em uma rampa ou gira sobre a água de um riacho, respectivamente).

Na visita do sábado vimos os funcionários utilizarem as tirolesas de 900 metros e experimentamos a de 300 metros (e ainda tem mais uma, de 90 metros de extensão). É tudo muito seguro e organizado, e os funcionários checam todos os equipamentos, orientam os visitantes de forma muito educada e simpática.

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PREÇOS
Inicialmente, o parque funcionará de quinta a domingo, das 9h às 16h, mas abrirá na segunda-feira de São João, dia 24. Os ingressos promocionais custarão: Entrada R$ 20 (meia-entrada R$10), e combo para todos os equipamentos do parque R$ 90 (meia-entrada R$ 40).

Na entrada do parque, cada visitante receberá uma pulseira e a cada consumo ela será bipada. Na saída, a pessoa apresenta a pulseira e paga a conta. Isso dará agilidade nas compras e evitará filas: mais um ponto positivo.

ESTRUTURA
Localizado dentro de uma área de 1.600.000 m², na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Karawá Tã, o parque será zoneado em sítios, e todos os conjuntos contarão com lanchonete, lojinhas e banheiros (masculino, feminino, cadeirantes e família).  O fluxo de visitante entre esses locais será através de “trenzinho” puxado por tratores ou quadriciclos, ou por caminhada.

As obras tiveram início há cinco meses, e o pessoal está trabalhando pesado para poder deixar tudo pronto até o dia 20.

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SUSTENTABILIDADE E TECNOLOGIA
O parque foi pensado, desde sua concepção até quando estiver em pleno funcionamento, para ter o menor impacto ambiental possível, e nós percebemos isso nas edificações – que seguem o conceito de industrialização sem geração de resíduo. É tudo muito simples e funcional, em nome da preservação do meio ambiente.

Outro destaque é o uso racional da água. São seis barragens para acumulação de água da chuva e nove unidades compactas de serviços (reuso de água, tratamento de esgoto e produção de adubo para sementeira). Toda iluminação é de led e placas fotovoltaicas garantem a geração de energia solar.

Também haverá dez totens de aspersão de água em pontos estratégicos das sete trilhas do parque, para refrescar o pessoal durante as caminhadas. Todos esses totens funcionarão à base de energia solar. Outro detalhe é que 100% das áreas de convivência do parque terão cobertura wi-fi. A ideia é que o pessoal possa compartilhar suas experiências e, assim, divulgar o Karawá Tã. Para isso foram utilizados cerca de 6 km de rede de fibra óptica.

“Nós temos o desafio de mostrar que é possível, sim, fazer turismo ecológico e de aventura dentro de uma RPPN, preservando a caatinga com práticas sustentáveis”, destacou o empresário Paulo Roberto durante a apresentação do projeto aos comunicadores.

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SEGURANÇA
“Todas as nossas atividades seguem todas as normas da ABNT”, destacou Paulo Roberto. Percebemos que a maior parte dos equipamentos que estarão em funcionamento a partir de quinta-feira já estão com sinalização de segurança e, nas tirolesas, já constam as placas com as regras de uso. Mas chama atenção a preparação dos funcionários: todos muito atenciosos e capacitados. Quando experimentamos a tirolesa, checaram atentamente os itens de segurança, nos passaram todas as orientações, esclareceram e explicaram as regras de uso e tiraram as dúvidas. A segurança que eles(as) nos transmitem é capaz de tranquilizar os mais preocupados, alertar os mais empolgados e permitir que a gente possa curtir a natureza sem medo.

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Saímos do parque com a sensação de que seria ótimo voltar lá com os amigos e com a família, para se divertir. Acreditamos que isso é um indicativo de que o negócio é realmente bom!

Karawá Tã: o parque de aventura que será inaugurado em Gravatá

Eis que Abril trouxe uma novidade que tem tudo para movimentar, e muito, o Turismo Rural em Pernambuco e pegou muita gente de surpresa: a cidade de Gravatá contará com um super parque de turismo de aventura e ecoturismo, o Karawá Tã. Quer outra notícia boa? A previsão é que ele seja inaugurado já no mês de junho!

Apesar da proximidade da abertura, ainda não foram divulgados muitos detalhes nem muitas imagens do parque, mas nós cascavilhamos os blogs locais, as redes sociais e o site do empreendimento, e apresentamos abaixo alguns detalhes que conseguimos descobrir.

KARAWATA-GRAVATA(Crédito da imagem: http://www.karawata.com.br)

ESTRUTURA
As obras do Karawá Tã começaram no início deste ano. O parque funcionará em uma área de 1.600.000 m², na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) de mesmo nome, entre a Serra do Maroto e Gravatá. De acordo com o site do parque, estão sendo investidos no projeto mais de R$ 15 milhões.

O lugar terá espaço para ecoturismo, turismo de aventura, entretenimento, treinamento corporativo, educação e pesquisa ambiental. Para quem curte o Turismo de Aventura, opções não vão faltar, segundo o site: haverá três tirolesas, sendo uma delas com 850 metros de extensão, trilhas contemplativas e de aventura, arvorismo, rapel, arco e flecha, paredão de escalada, aqua ball, paint ball, circuito de bike (kids/teen), orbit ball, além de um tobogã com 120 metros de comprimento.

A estrutura conta ainda com ambulatório, auditório, centro de visitantes, três restaurantes, cinco lanchonetes, lojas, heliponto e estacionamento para 450 veículos, além de 10 estações de embarque e desembarque. A circulação de carros não será permitida dentro do parque e os visitantes poderão fazer o percurso em um trenzinho sobre rodas.

mapa-ilustrativo-karawata(Crédito da imagem: http://www.karawata.com.br)

ACESSIBILIDADE E SUSTENTABILIDADE
Pelas informações que encontramos, uma das prioridades do parque será a acessibilidade. A tirolesa terá um equipamento capaz de transportar cadeirantes, todo parque terá sinalização em braile e a equipe de monitores será qualificada para atender as pessoas com deficiência.

Além da preservação da Caatinga, o criador do parque também atentou para a geração de energia – que será feita através de painéis solares – e para o uso racional da água, com captação de água da chuva e reuso da água nos equipamentos.

FUNCIONAMENTO
De acordo com informações em portais locais, a estimativa é que o parque conte com aproximadamente 100 profissionais, atendendo a 1500 pessoas por dia. O funcionamento deverá ser por day use, como acontece nos parques desse tipo, em que o visitante recebe a identificação na bilheteria, aproveita os equipamentos, consome alimentos e bebidas e paga tudo no final do dia.

De acordo com a página do Parque de Aventura Karawá Tã, o empreendimento já está cadastrado na ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) e no Cadastur  (Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos) do Ministério do Turismo (MTur).

CURIOSIDADES
A Reserva Particular de Patrimônio Natural Karawá Tã é a maior da vegetação da Caatinga no Brasil em área urbana. O termo karawa tã denomina a vegetação nativa de Gravatá em tupi guarani.

MAIS INFORMAÇÕES
Para ficar atualizado(a) sobre o parque, confira os perfis oficiais do Karawá Tã no Instagram e no Facebook. O site do empreendimento é www.karawata.com.br.

 

 

Sete coisas que não nos contaram sobre Paixão de Cristo de Nova Jerusalém

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Imagina a felicidade que deve ser transformar uma pequena vila no interior de Pernambuco em um dos principais destinos de milhares de visitantes e turistas – religiosos ou não – durante a Semana Santa? Comecei a me perguntar isso enquanto admirava a grandiosidade do teatro de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, a 180 km do Recife. Do lado de fora, pouco antes de entrar para o espetáculo, observei os diversos ônibus, carros, feirinha, arena gastronômica, ambulantes e comecei a entender a ideia genial de Plínio Pacheco.

Viajamos na quinta-feira (28), dia chuvoso e de muito movimento nas estradas – todos querendo sair do Recife para curtir o feriado. Apesar de ser um destino bastante conhecido e frequentado pelos pernambucanos, foi nossa primeira vez no espetáculo, então, o que falar de uma peça sobre a conhecida história de Jesus Cristo que já vai em sua 51ª edição e já foi vista por mais de 3,5 milhões de expectadores?

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Bem, primeiro é preciso dizer que vale muito a pena. Tudo é feito com muito cuidado e atenção para que o público mergulhe no enredo sem distrações. Também há alguns detalhes – positivos e negativos – que vamos elencar a seguir e que podem ajudar você a planejar uma viagem para lá nos próximos anos. Vamos começar:

1 – Não, a viagem não é cara. 
Essa era uma ideia que eu tinha. Sempre me perguntei se valia a pena pagar “tanto” para ver a encenação de uma história que eu já conheço e que sempre é exibida na televisão. Sim, vale a pena. Em 2018, os ingressos variavam entre R$ 100 e R$ 140 (inteira) e R$ 50 a R$ 70 (meia entrada), um preço que acho justo, considerando que são mais de três horas de espetáculo, com 450 atores e figurantes, além de outros 600 profissionais envolvidos (técnicos, maquiadores, sonoplastas, eletricistas, entre outros), todos distribuídos em 9 palcos e dentro de um teatro com 100 mil metros quadrados.

Para chegar lá, existem várias opções de excursões, com preços bem variados. No Recife, encontramos a partir de R$ 80 por pessoa (certamente tem mais barato) e viajamos pela Sevagtur, a R$90. Tudo muito organizado e tranquilo. No final das contas, gastamos R$ 300 (ingresso e transporte para o casal), fora alimentação por lá e capinha de chuva.

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2 – Pode chover bastante. Mas tem capinha de chuva pra vender.
O dia em que fomos foi bastante chuvoso, e até levamos uma sombrinha para se proteger da chuva, mas usá-la durante o espetáculo não é uma opção (apesar de muitas pessoas abrirem e atrapalharem a vista de quem está atrás). A solução: capinhas de chuva. Os ambulantes vendem já no estacionamento ao preço de R$ 5.

20180329_1915593 – Vá de calça e sapato para chuva.
Se a previsão for de chuva, nem se preocupe com que roupa você vai, porque ela vai ficar por baixo da capa de plástico, mas vale a pena ir de calça para evitar insetos e lama. Também é interessante usar um sapato apropriado e que aguente chuva. Nada de sandalinha, salto alto ou chinelo de dedo, pois a maior parte da caminhada que você precisará fazer diante dos palcos é no barro, sem calçamento, e lembre-se que você vai andar no meio de uma multidão, ou seja, apesar de isso ser bem sossegado por lá, pode ser que pisem no seu pé…IMG_20180329_173538

4- Procure o canto esquerdo dos palcos.
Esta dica nos foi dada pelo guia, a caminho de Nova Jerusalém, e quando começa o espetáculo você entende que faz todo sentido: procure sempre o canto esquerdo dos palcos. Fica mais fácil se locomover entre as cenas e se acomodar com tranquilidade. Somente na cena da crucificação é recomendável ir pela direita (e não pelas arquibancadas), assim você chegará mais perto do palco. Uma curiosidade, que talvez pouca gente perceba, é que a estátua do Plínio Pacheco montado no cavalo é móvel, ela aponta a direção para onde as pessoas devem se deslocar.  

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5 – Existe uma atenção especial com idosos e deficientes
Assim que você entrar no teatro, vai perceber uma equipe de pelo menos vinte pessoas prontas para atender e acompanhar os expectadores que tenham dificuldade de locomoção e precisem de cadeiras de rodas. Existe um espaço amplo destinado para esse público, bem em frente de cada palco, e são os profissionais do teatro que conduzem as cadeiras de rodas.

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6 – Infelizmente, há poucos banheiros.
Como dificilmente as pessoas vão procurar o banheiro durante as três horas de espetáculo, nada mais comum do que ir antes ou depois. O problema é que são poucos banheiros para muita gente, então, quando termina a peça as pessoas já estão apertadas e precisarão encarar filas. É tenso.

7 – Feirinha poderia ser melhor.
Esperava encontrar uma feirinha de artesanato bem diversificada, com produtos locais e bem diferentes do que a gente encontra em outros locais, mas salvo as lembrancinhas relacionadas à Paixão de Cristo, não há muita opção. Encontramos vários estandes com relógios e acessórios brilhantes fabricados na China, mas de artesanato mesmo, é pouco.

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Em resumo, foi uma viagem bem tranquila e divertida. Fomos e voltamos com segurança, sem preocupação alguma com carro, com estacionamento, com ingressos, com sono na estrada… Essas são algumas das vantagens de se viajar em excursões. Voltaríamos lá outras vezes para levar nossos pais, por exemplo. Isso é sinal de que vale a pena!

 

 

Vale do Catimbau II – Como planejar as trilhas

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Já apresentarmos um pouco da viagem, da cidade de Buíque e da Vila do Catimbau no texto anterior (clique aqui), agora chegou a hora de falarmos sobre o principal: como planejar a viagem para o Parque Nacional do Catimbau.

Uma coisa é certa: não é tão fácil encontrar informações atualizadas na Internet sobre o lugar. Por isso, vamos contar um pouco da nossa experiência  e trazer detalhes e dicas importantes. Ah, e se ficar alguma dúvida, é só entrar em contato conosco pelos comentários, por e-mail (partiuinterior@gmail.com) ou em nossa página no Facebook (@partiuinterior). Será um prazer ajudar.

HOSPEDAGEM E REFEIÇÕES
Existem opções de hospedagem na cidade de Buíque e na Vila do Catimbau. Ficamos hospedados na pousada Santos, pois recebemos recomendações de leitores e de amigos de que ela seria a melhor da cidade. A pousada é bem simples e limpa, não tivemos nenhum problema. A diária custa R$ 110,00 (casal) e inclui café da manhã.

Se você vai passar o dia no Parque Nacional do Catimbau, saiba que não há restaurante na Vila. Você precisa encomendar o almoço pela manhã, antes do passeio, e marcar o horário para voltar e almoçar. Nós não almoçamos lá porque chegamos tarde (10h20), então fizemos um lanche em uma padaria ao lado da associação dos guias.

Jantamos na Pizzaria Tavares, na pracinha ao lado da rodoviária. Legal e baratinho.

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OS PASSEIOS
Ao chegar na Vila (para saber mais, clique aqui), procure a Associação dos Guias de Turismo do Catimbau (AGTURC). Lá será apresentado um catálogo com cerca de dez opções de trilhas, desde as mais leves até as que exigem um pouco mais, e você poderá fazer quantas quiser ou aguentar. O ideal é combinar com o guia uma maneira de aproveitar o máximo o dia, associando uma ou duas caminhadas curtas e uma longa em cada turno.

Você irá contratar o guia pela diária, que custa R$ 100, seja para passeio individual ou em grupo de até 10 pessoas. Geralmente o guia vai no seu carro, mas caso o veículo esteja lotado, você pode contratar um que tenha moto. Nosso guia foi o José Almeida (87-96637207), um senhor discreto, meio calado, mas que conhece muito bem a região e nos contou histórias engraçadas.

AS TRILHAS
De carro, passamos pelas pedras do Cachorro, do Cavalo Marinho e do Camelo, pela casa do artesão José Bezerra (tema do próximo post) e por paisagens bem características do Sertão até chegamos a nossa primeira trilha – a Umburana. São inúmeras pedras moldadas pelos ventos e com formatos que brincam com sua imaginação. Jacarés, dinossauros, tartarugas, bruxa, navio, lagarto, leão…

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A trilha é curta, mas tem subidas e descidas um pouco íngremes e exige atenção com as pedras. O esforço vale a pena, pois de lá você também vê parte de Arcoverde, do povoado de Cruzeiro do Nordeste, além do vale. A imensidão do semiárido surpreende e encanta.

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Depois fomos para a Pedra da Igrejinha, que ganha esse nome pelo formato de uma das pedras, que lembram a janela/porta de uma igreja. Com um carro mais alto, é possível chegar bem próximo do local. Lá é ideal para pegar uma sombra (e com o calor que faz lá isso vale muito a pena) e rende boas fotos.

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Na última parada do passeio, fizemos a trilha dos Homens sem Cabeça, que passa por um dos sítios arqueológicos do Vale, e depois a trilha do Chapadão. O caminho é longo, algumas subidas chatas, muito calor, mas o lugar é fantástico. Cada passo e cada parada para respirar é compensada lá em cima, quando você vê aqueles imensos braços de terra e pedras abraçarem o Sertão.

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São 300 metros de altura, mas sabe o que se escuta de lá? Os chocalhos de bodes e cabras que pastam por ali por perto. O som é belo e tranquiliza. Chamei de “Sinfonia Sertaneja”. Segundo o guia, os pastores deixam os animais ali por alguns dias se alimentando e depois voltam para buscá-los. Ir ao Vale do Catimbau é viajar por outros tempos.

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Deixamos o Chapadão após um pôr do sol de encher a vista. Já à meia luz, o Sertão parece menos desafiador, menos hostil, mas igualmente encantador para nossos seis sentidos. Saímos do Vale do Catimbau com a certeza de que iremos voltar assim que for possível, talvez após um período de chuva (que tomara que venha logo), para vermos tudo aquilo tomado pelo verde.

 

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Associação dos Guias de Turismo do Catimbau (AGTURC)
Site: agturccatimbau.blogspot.com.br
Contato: (87) 3816-3052
Pousada Santos: (87) 3855-1267

Saiba mais: 
Vale do Catimbau I – A viagem, a cidade e a vila 

José Bezerra e a arte bruta do Catimbau

Vale do Catimbau I – A viagem, a cidade e a vila

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Você já percebeu que uma das propostas do nosso blog é buscar destinos interessantes no interior, mas aqueles que não são muito conhecidos ou os que são pouco lembrados. Por isso, em quase todas as viagens que fizemos até agora, saímos de casa sem muita certeza se daria certo ou não. Às vezes o passeio não sai como planejado, e aí vem a frustração e a mudança rápida no roteiro, às vezes tudo acontece como previsto, então vem aquela satisfação pela (re)descoberta. Mas e quando o lugar surpreende? Aí a gente fica uns dias meio anestesiados, a dificuldade para selecionar as fotos é enorme, e logo vem a vontade de voltar lá assim que for possível.

Foi exatamente isso que aconteceu com nossa visita ao Vale do Catimbau, uma das 7 maravilhas de Pernambuco e ainda pouco conhecida. Saímos de casa cedinho na expectativa do que iríamos encontrar e, 235 quilômetros e algumas horas depois, demos de cara com um lugar lindo, imponente, moldado pelas forças da natureza.

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A VIAGEM
Criado em 2002, o Parque Nacional do Catimbau possui mais de 62 mil hectares de área e abrange três cidades: Buíque, Ibimirim e Tupanatinga. O acesso mais fácil é por Buíque, basta seguir pela BR-232 até Arcoverde e pegar a PE-270, em frente ao Posto BR. A estrada é boa, mas exige atenção, pois há trechos de subida com curvas acentuadas e outros com alguns buracos na faixa da esquerda.

Saímos do Recife às 5h20 e chegamos lá depois das 9h30 (com uma parada para lanche em Arcoverde), o que impossibilitou de fazermos as trilhas pela manhã. Então, para aproveitar bem, vale a pena chegar no dia anterior à noite, dormir em Buíque e no outro dia seguir para a Vila do Catimbau.

A CIDADE E A VILA
Se já é difícil encontrar informações na internet sobre o Vale do Catimbau, na cidade não é diferente. Praticamente não há sinalização indicando como chegar à vila, ou mesmo uma referência ao principal atrativo do município. Mas, sem estresse, siga pela PE-270 e, já se distanciando da área mais urbanizada, você avistará uma placa à direita indicando o Vale do Catimbau.

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A vila fica a cerca de 15 quilômetros e a estrada é de terra. Também falta sinalização, mas é fácil encontrar a Associação dos Guias de Turismo do Catimbau (AGTURC), basta perguntar a algum morador. Foi o que fizemos, e com poucas palavras já deu pra sentir o que é o Sertão.

– Bom dia, senhor, onde fica a Associação dos Guias?
– Tem errada não, tá vendo aquela igrejinha? Só entrar ali e ir em frente.
– Obrigado!
– De jeito nenhum!

A Associação fica na pracinha, em frente à igreja e ao lado de uma padaria. É lá que você vai conhecer as opções de passeios e combinar como será o seu dia no Vale do Catimbau. Mas os detalhes disso tudo a gente conta no próximo post. Por enquanto, só um aperitivo. Até lá!

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Bezerros: um passeio pelo artesanato de Pernambuco

Não era o que havíamos planejado para o domingo, mas imprevistos e frustrações com o nosso destino inicial  nos fizeram esticar a viagem até Bezerros, a cerca de 108 quilômetros do Recife. A decisão de mudar o rumo foi ali mesmo, na estrada, e a ideia era conhecer o Memorial J.Borges, o Centro de Artesanato, e um pouco mais sobre a tradição do Papangu. Arriscamos.

A sinalização de turismo (marrom) e as placas personalizadas nos levaram até o ateliê de Lula Vassoureiro, um dos principais artesãos de máscaras de papangu, mas talvez por ser num domingo, encontramos o local fechado.

Seguimos para o Centro de Artesanato de Pernambuco, às margens da BR-232, no sentido interior-capital. Confesso que esperava encontrar um espaço apenas dedicado aos artistas locais e ao colorido dos papangus, mas fomos surpreendidos com um lugar muito organizado, bonito, e com uma diversidade que impressiona.

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O Centro é dividido em duas partes: museu e loja. Para entrar no museu, paga-se uma taxa baratinha, apenas R$ 2, e a visita é guiada. Lá é possível encontrar peças que representam o artesanato de pelo menos 26 cidades de Pernambuco. O barro de Caruaru, Tracunhaém e Petrolina, o bordado de Passira, as redes de Tacaratu, a renascença de Pesqueira, os mamulengos de Glória do Goitá e os bonecos de madeira articulados de Carpina, e muitos outros.

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Os ambientes têm uma iluminação especial, que ressalta cada detalhe das peças. Tudo é sinalizado e muito bem explicado pela guia. É uma ótima oportunidade para conhecer os mestres e a essência do artesanato pernambucano em um só lugar.

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Terminada a visita, vale a pena passar na loja, que reúne grande variedade de peças – desde as lembrancinhas até as mais caras, para decoração.

Melhor em outro dia
Saímos do Centro de Artesanato bem satisfeitos e fomos visitar o Memorial J. Borges, também fechado naquele domingo. Pretendemos voltar lá e no Lula Vassoureiro outro dia, mas fica a dica: melhor ir em dia de semana ou, talvez, no sábado pela manhã.

Mas isso acontece: a ida para Bezerros não foi planejada, assim, não tivemos como checar o horário de funcionamento dos locais com antecedência. Conhecer o Centro de Artesanato e relembrar tantos elementos do interior de Pernambuco valeu a viagem!

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HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
O Centro de Artesanato de Pernambuco de  Bezerros funciona de segunda a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos, das 9h às 13h.

Comida na estrada: pratos regionais na BR-232

A caminho do Engenho Sanhaçu, decidimos parar na tapiocaria e restaurante Cabana de Taipa, em Vitória de Santo Antão. A ideia era apresentar à nossa família um lugar legal, com comida saborosa e bom atendimento, e, em especial para nossa visitante paulistana, um pouco da culinária do Nordeste e da essência do interior pernambucano.

A Cabana de Taipa fica no km 38 da rodovia, e logo chama atenção pela aparência, uma reprodução de casas do interior, bem coloridas, e pela quantidade de carros estacionados. Aliás, essa é uma dica importante: procure parar sempre num local movimentado, e desconfie de locais com preço baixo e mesas vazias.

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A decoração é um atrativo à parte, com objetos característicos do interior, móveis rústicos e toalhas de chita, muita coisa legal para conhecer, relembrar e fotografar. As/os funcionárias/os usam roupas que remetem ao cangaço e são bem atenciosos. Também é bem legal a lojinha, onde você encontra licores, cachaças pernambucanas e paraibanas, doces, biscoitos, bolos, brinquedos populares e cordéis, tudo com um preço justo.

A COMIDA
O cardápio chega para você em um abanador de palha decorado com bonequinhas da sorte, e é bem diversificado. São várias opções de tapioca, sanduiches, buchada de bode, galinha cabidela, sucos e sobremesas. Para quem vai tomar café-da-manhã ou almoçar, tem também a opção de buffet.

Escolhemos uma tapioca de queijo coalho e queijo de manteiga (R$7,50), uma tapioca de cartola (R$7,50), um “Oxente” – pão francês, queijo coalho, carne de sol, cebola e tomate – (R$ 8,90) e uma jarra de um litro de suco de acerola (R$9,00). Comida muito boa, quentinha e servida sem demora (apesar de todas as mesas estarem ocupadas e da garçonete ter avisado que poderia demorar um pouco).

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DETALHES
O lugar tem uma mesa destinada a quem viaja com animais de estimação. Ponto positivo!

A Tapioca de Cartola segue a receita tradicional: banana e queijo de manteiga na chapa, açúcar e canela. Sem invencionices.

Mesmo com tantos elementos e qualidades que compõem o ambiente, a Cabana de Taipa convence mesmo é pelo principal: a comida. Certamente pararemos por lá outras vezes nas próximas viagens. A única coisa a se lamentar é não ter outra Cabana no sentido Interior-Recife, para fazer aquele lanche na volta.

Horário de funcionamento: Das 6h às 17h.
Facebook: @cabanadetaipaoficial

Cachaça e turismo rural no Engenho Sanhaçu

Sabe quando você conhece um lugar muito legal e sai de lá recomendando a todo mundo e planejando voltar com mais pessoas para conhecê-lo também? Foi exatamente isso que aconteceu conosco quando visitamos o Engenho Sanhaçu, em Chã Grande (Agreste de Pernambuco), a 85 km do Recife. Fomos lá pela primeira vez em abril, voltamos no início deste mês com outras pessoas, e aproveitamos para dar o pontapé inicial do nosso projeto.

Apreciador de cachaça e curioso no assunto, tinha interesse em conhecer o engenho desde que experimentei a variedade armazenada em barris de Umburana em um estande de produtos orgânicos montado no Recife Antigo durante a Copa 2014, e soube que o lugar era aberto à visitação. Pode ser que você se pergunte “e qual a graça em conhecer uma produção de cachaça?” e eu respondo: todas. Vou explicar o porquê.

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COMO CHEGAR
É muito fácil chegar à Sanhaçu. Saindo do Recife, basta seguir pela BR-232, cruzar o túnel Cascavel e pegar o primeiro retorno, imediatamente após o posto da Polícia Rodoviária. Depois é só entrar na primeira via à direita, em frente ao hotel Highlander, percorrer uns 8 quilômetros até um posto de combustível e seguir a sinalização. (Clique aqui para ver o mapa).

O asfalto é bem conservado, sem buracos, mas as/os motoristas menos experientes precisam ficar atentas/os às curvas e subidas. Depois do estádio de futebol começa a estrada de barro, e também é bem tranquila. Nas duas vezes que fomos, estava chovendo bastante, mas o carro passou sem dificuldades.


O TOUR RURAL

Os visitantes são recebidos em uma casa muito simpática, com uma decoração bem pernambucana, e que apresenta todos os produtos Sanhaçu, expostos à venda. A visita guiada custa R$ 10 por pessoa e começa ali em frente, abaixo das árvores. O visitante conhece a horta orgânica e, em seguida, todo o processo de produção da cachaça, desde a moagem até a destilação e armazenamento, passando pela fermentação, que guarda um detalhe muito especial: acontece ao som de música clássica.

Outro detalhe é que o engenho é o primeiro do Brasil movido à energia solar.

Na sala de armazenamento – lotada de barris de carvalho, freijó e umburana – é possível conhecer também os prêmios já conquistados pelas bebidas. A Umburana foi eleita a 4ª melhor cachaça do Brasil e a Freijó a 45ª, no Ranking 2016 da Cúpula da Cachaça.

Descendo a escadaria de pneus reutilizados, chega-se a uma área de mata reflorestada pela família para proteger uma nascente. Sob as árvores, a temperatura é cerca de 4° C mais amena e outro detalhe é que com a cobertura vegetal outro olho d’água surgiu. Impressiona também comparar a paisagem atual com a sequência de fotos da mesma área, ainda degradada, em 1997, expostas ali.

A LOJA
O tour termina na loja, onde é possível degustar cachaças, licores, doces, geleias, gelatina de cachaça, mel de engenho, além de comprar souvenirs como taças, copinhos (xotes), canecas, camisas e muito mais. As variedades de cachaças são separadas por barris e por volumes, com garrafas que vão de 100 a 750ml, com preços que variam entre R$ 15 e R$ 115. Considerando meu gosto pela bebida, eu, particularmente, acho impossível sair de lá com as mãos vazias.

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DETALHES
# O sítio tem apenas 2,5 hectares, é a prova de que é possível sim criar um grande negócio respeitando a natureza e com o mínimo de impacto ambiental.

# As frutas colhidas no sítio são usadas para fazer licores e também são vendidas na lojinha.

# É possível também fazer um tour pedagógico. O lugar recebe grupos de até 120 pessoas.

# Em breve será lançada a Sanhaçu Diamante, cachaça pura.

Um detalhe importantíssimo: quando você for lá, pode me chamar, que certamente eu vou de novo.

Horário de funcionamento: Segunda a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos e feriados, das 9h às 15h. Fecha na Sexta-feira Santa, no Dia das Mães e no Ano Novo.
Facebook: @sanhacu