Engenho Lagoa Verde: cachaça e turismo rural em Alagoa Grande-PB

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Quem chega à simpática Alagoa Grande, na encosta da Serra da Borborema, também não pode deixar de visitar o Engenho Lagoa Verde, produtor da premiada Volúpia. Além de conhecer detalhadamente como é feita uma das principais cachaças da Paraíba, o local oferece opção de ecoturismo e a ótima cozinha regional, do restaurante Banguê.

O mês de outubro é a melhor época para visitar o Lagoa Verde, pois é quando o engenho retoma a moagem da cana. Um detalhe bem legal desta etapa do processo é que a moenda de lá ainda funciona com máquina a vapor.

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Você também vai poder ver a sala de fermentação, que contém cerca de 20 tonéis, a sala de envasamento e de rotulagem do produto e, em seguida, visitar a área onde estão os três alambiques de cobre. Tudo bastante limpo e organizado a fim de garantir a qualidade das cerca de 600 garrafas (670ml) produzidas diariamente.

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É impossível não se impressionar com a adega, onde ficam os diversos barris de freijó e carvalho, e com o depósito onde estão dornas de até 10.000 litros. Detalhe: não fazem parte da visita outras dornas gigantescas de 35.000 e 140.000 litros.

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Há, ainda, uma sala de degustação em que estão à disposição provas de cachaças e dos coquetéis de frutas, e uma lojinha, onde se compra garrafas de vários tamanhos (de vidro ou de porcelana), lembrancinhas, livros e doces produzidos na região. O visitante também encontra expostas algumas garrafas com o antigo rótulo da marca e prêmios ganhos pela Volúpia.

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ECOTURISMO
Para o passeio ficar completo, a pedida é agendar uma trilha (trekking) pelo engenho. São quatro opções, com níveis de dificuldades e percursos distintos. O agendamento pode ser feito por telefone (83-999820407).

FORRÓ
Todos os sábados, durante o almoço, tem forró pé-de-serra ao vivo, no restaurante.

COMO CHEGAR?
Após o centro de Alagoa Grande, siga em direção à saída que leva à Areia. Imediatamente antes da ponte na encosta da serra, vire à esquerda. Você passará por uma pequena vila e, em seguida, precisará percorrer cerca de 2,5km em uma estrada de barro. O Engenho Vale Verde estará à sua esquerda.

SITE: cachacavolupia.com.br
FACEBOOK: www.facebook.com/cachacavolupia

 

Margarida Maria Alves: uma luta que não morre

Na noite do dia 12 de agosto de 1983, um tiro de espingarda calibre 12, disparado por um homem, tirou a vida da agricultora e líder sindical que pelos direitos dos trabalhadores rurais costumava dizer: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”. Margarida Maria Alves foi executada dentro da própria casa, em Alagoa Grande, Paraíba, na frente do filho e do marido.  O crime, a mando de usineiros, não calou a voz de Margarida. Sua história resiste, há exatos 34 anos, e sua luta não morre.

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Margarida Maria Alves lutava por direitos como jornada de trabalho de 8 horas, carteira assinada, 13º salário e férias. Durante seu mandato como presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade, mais de 600 ações e denúncias foram movidas pela organização (saiba mais aqui). Foi por essa luta que ela morreu, e é por ela que o Museu Casa de Margarida Maria Alves precisa ser visitado, divulgado e preservado pelo nosso povo.

 

Pouca coisa mudou na casa de nº 624, na rua Olinda, desde a noite do crime. A história que tentaram apagar reside nas paredes, seja em uma marca do rito, seja em frases da sindicalista, recortes de jornais da época e ao longo da história, além de homenagens, títulos e reconhecimentos póstumos de órgãos internacionais e instituições que lutam pelos Direitos Humanos. As discussões e as ideias que tentaram silenciar também resiste através do Centro de Estudos Maria da Penha do Nascimento Silva.

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Fundado em 2001, o museu também possui em seu acervo objetos pessoais, roupas e ferramentas de trabalho que pertenceram à Margarida. As fichas para controle dos cambiteiros e cortadores de cana são o retrato do quanto é difícil ter condições dignas de trabalho quando só o patrão tem voz.

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Boa parte das histórias são contadas por Alice Marques, que trabalha no museu há 12 anos. A entrada no museu é gratuita, e o espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h.

Estar no cenário do crime e conhecer os detalhes daquele 12 de agosto causam angústia, revolta e um aperto no peito difícil explicar. É um lugar triste.

Estar na casa onde Margarida viveu e conhecer os detalhes da sua história trazem orgulho, esperança e convicção de que a luta dos trabalhadores precisa continuar. É um lugar de resistência.

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O dia 12 de agosto é lembrado como o Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e Pela Reforma Agrária.

 

 

Alagoa Grande: onde Jackson do Pandeiro começou seu reinado

Há pouco mais de dez anos, depois de acompanhar muitas músicas batendo em cadernos e livros, finalmente comprei um pandeiro (o Dalua) e decidi aprender a tocar. Eu já conhecia as músicas de Jackson do Pandeiro, mas só naquela época comecei a  ouvir, de verdade, o pandeiro do Jackson. Sebastiana, Forró em Limoeiro, Forró de Surubim, O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Cantiga do Sapo, lembro que foi como uma explosão dentro da minha mente, de ritmos, do que era possível fazer dentro de um simples compasso.  Então, é claro: o Memorial de Jackson no Pandeiro, em Alagoa Grande, era parada obrigatória em nossa viagem pelo Brejo Paraibano. E nós fomos lá!alagoa de jackson 7

O pórtico da cidade – um pandeiro gigante – já dá as boas vindas aos turistas e visitantes com uma referência ao seu filho mais conhecido. Boa parte das casas do centro da cidade preserva a arquitetura original e rende ótimas fotografias, vale a pena contemplá-las em um passeio no final da tarde. A de número 687 da rua Apolônio Zenaide, bem na praça principal, é muito especial: é lá que funciona o Memorial de Jackson do Pandeiro.

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Inaugurado em 2008, o memorial reúne preciosidades do artista, como, por exemplo, seu primeiro contrato de trabalho – com a Rádio Jornal do Commercio, do Recife, datado de 1953. Nas paredes, capas de alguns de seus 160 LPs, cartazes de shows, notícias de jornais e revistas, e até uma cópia ampliada da carteira de identidade de José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, nascido em 1919.

As principais salas do memorial trazem mais detalhes da vida pessoal do Rei do Ritmo. Os instrumentos confeccionados e usados por ele, roupas, chapéus e – o mais legal –  letras de músicas e cadernos com repertórios escritos a próprio punho por Jackson.

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Vale a pena conferir atentamente cada uma as fotos. Elas contam um pouco dos casamentos com Almira Castilho (que durou 12 anos) e com Neuza Flores, das participações em filmes, das parcerias musicais, da família, da carreira no Rio de Janeiro e depois do Brasil.

Para ajudar na manutenção do Memorial Jackson do Pandeiro, são vendidos cds e dvds com cópias de músicas e de apresentações do artista. Compramos o cd e vale MUITO a pena, foi nossa trilha de viagem a partir dali.alagoa de jackson 3

Para quem gosta de música popular, para quem quer conhecer ou para quem já é fã da obra de Jackson do Pandeiro, ou simplesmente para aqueles(as) que desejam viajar pelo universo do interior do Nordeste através de suas canções, o Memorial é parada obrigatória.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: Segunda a Sexta, das 7h30 às 17h. Sábado e domingo, das 9h às 17h.

NO FACEBOOKhttps://www.facebook.com/memorialjacksondopandeiro/


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